Não-monogamia é um termo abrangente para os diferentes tipos de relacionamento que não se encaixam no conceito de exclusividade afetiva e/ou sexual entre duas pessoas (também conhecido como monogamia).
Antes de começarmos, sim, este é um tema bastante polêmico. Mas veja, temos que ter a mente aberta, seja para acolhermos as pessoas ao nosso redor ou mesmo para sermos gentis com nossos próprios sentimentos. Nunca se sabe quando uma nova possibilidade vai surgir em nossos caminhos do amor, e todos estamos sujeitos às mudanças de paradigma.
Esse modelo de relacionamento tem se tornado cada vez mais comum, especialmente entre jovens da geração Z, que vêm questionando padrões tradicionais ao chegar na vida adulta. Conhecer essas formas de amar é essencial para evitar conflitos, respeitar os limites alheios e, acima de tudo, ser uma pessoa gentil – com o outro e consigo.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a não-monogamia é muito diferente da infidelidade, uma vez que tem como fatores essenciais a comunicação aberta, lealdade e honestidade entre todos os envolvidos.
Ao longo do artigo, vamos conhecer um pouco melhor esses conceitos – quem sabe você não se vê representada(o) aqui?
Mas o que é não-monogamia de fato e quais as suas diferentes formas?
Existem diferentes formas de vivenciar o conceito de amor não-monogâmico, como o poliamor ou a relação aberta.
O poliamor acontece quando nos relacionamos romanticamente com mais de uma pessoa. Isso pode acontecer no envolvimento amoroso de três ou mais pessoas entre si (ou seja, todas as pessoas estão romanticamente envolvidas uma com as outras), ou quando pessoas de uma relação já existente (relação primária) estabelecem relacionamentos secundários, sem que estas pessoas se relacionem umas com as outras. É diferente da relação aberta.
Já a relação aberta é aquela que permite e envolve relaçöes sexuais, porém não-românticas, com parceiros diferentes e de modo independente. Também é possível que os parceiros decidam praticar um relacionamento livre de rótulos, decidindo de acordo com a situação. Isso acontece, por exemplo, na prática de anarquia relacional (onde cada pessoa tem suas próprias normas e limites) ou envolvendo outros casais e pessoas, como na prática de swing.
Vale frisar que, aqui no Astrocentro, não fazemos qualquer juízo de valor. Afinal, não há certo ou errado quando se trata de amor.
Engana-se quem pensa que este é um conceito moderno
Enquanto seres humanos, somos criaturas sociais. Embora pareça um conceito moderno, na verdade a não-monogamia é tão antiga quanto a humanidade (ou talvez até mais).
O conceito de amor romântico desenvolveu-se na idade média como um movimento literário. A ideia de um amor “idealizado”, geralmente envolvendo a devoção ao que se pensa de alguém. Um amor puro e transcendental, que muitas vezes ultrapassava as emoções humanas.
Um exemplo disso é o livro “A Moreninha,” de Joaquim Manuel de Macedo. Este romance tem como tema central a idealização de amor puro, que dura a vida inteira, e diz: “amar é aceitar o outro com todas as suas imperfeições.” Um conceito realmente muito bonito, mas que nos faz perguntar: até que ponto devemos lutar para aceitar as imperfeições do outro sem pensar em nós mesmas(os) e nos nossos próprios desejos e necessidades? Nem sempre isso é realmente possível, porque se trata de um amor idealizado.
O cristianismo e o poder como fator influente
Além da idealização romântica, outros dois fatores influenciaram o conceito monogâmico que temos hoje: a manutenção de posses e de poder e o cristianismo.
O primeiro tinha como foco principal proteger as posses de terra e o poder. Sim, muitas vezes monárquico, para garantir que títulos de nobreza e riqueza fossem acumulados e não divididos entre muitas pessoas. Já as práticas cristãs influenciaram bastante o conceito de amor romântico tão dissipado hoje em dia por questões morais.
No cristianismo, o amor monogâmico é visto como uma união divina. Tanto é que, tradicionalmente, o divórcio não é aceito, já que “aquilo que Deus uniu, o homem não separa”. Através dos séculos, conceitos como a culpa e o pecado contribuíram então para reafirmar a ideia de que amor não deveria ser compartilhado entre mais de duas pessoas.
Mas enquanto esse amor idealizado parece ser algo bastante nobre, a prática costuma ser bem diferente. Afinal, somos seres que se transformam, evoluem, e tendem, sim, a amar mais de uma pessoa durante toda a vida.
Tá, mas como a não-monogamia pode funcionar na prática?
Tendo em mente que o amor é um sentimento puro e que envolve escolha, fica fácil entender que ele vai muito além da exclusividade. Na prática, o foco deixa de ser na exclusividade e fidelidade, e passa para um conceito ainda mais nobre: a não-monogamia ética.
Praticando a não-monogamia ética
Na não-monogamia ética, o que importa não é permanecermos apenas com uma pessoa durante toda a vida. Ela abre espaço para nos permitirmos demonstrar amor; não com exclusividade, mas sim com confiança, liberdade, e, acima de tudo, honestidade.
A não-monogamia cultiva a liberdade emocional e corporal. Além disso, há a ideia de que o amor está associado à felicidade de ambas as pessoas, em todos os momentos. Por isso, ela é livre da culpa e do conceito de que as pessoas devem pertencer umas às outras.

Vale ressaltar, no entanto, que esta escolha só pode ser posta em prática se todas as pessoas envolvidas estiverem de acordo. Conscientes do que o relacionamento implica, devem agir de modo ético: comunicação e confiança são essenciais. Afinal, amor não é algo que pode – nem deve – ser forçado.
Como saber se estou preparada(o) para a não-monogamia?
Se você está lendo esse texto, é porque esse assunto te interessa ou, pelo menos, despertou sua curiosidade de algum jeito. E não precisa sentir culpa, você não está só. Sabia que o Brasil é o terceiro país no ranking de buscas de termos como não-monogamia, poliamor e relação aberta no Google?
Tendo isso em mente, vale abrir a cabeça para este conceito e explorá-lo de forma natural. Aliás, vale conversar com um psicólogo ou até mesmo um Especialista aqui do Astrocentro. Esses profissionais podem aconselhar e também ajudar a avaliar os prós e contras.
As ferramentas mágicas como instrumentos de suporte
Aqui estão algumas ferramentas mágicas que podem ajudar nesta situação:
– Meditação: já sabemos que a meditação é uma poderosa forma de autocuidado. Vale a pena, então, que você explore os próprios sentimentos através desta prática, para que entenda suas próprias necessidades e sentimentos. Ao meditar, você pode fazer uma lista de perguntas para si mesma(o):
- Por que estou considerando a não-monogamia nesta fase da minha vida?
- O que busco encontrar?
- O que quero do amor, e o que o amor significa para mim?
- Estou preparada(o) para uma relação aberta?
- O que posso oferecer ao meu parceiro(a) para que possamos, juntos, praticar a não-monogamia ética?
- O que diferencia, para mim, a não-monogamia da infidelidade? E para meu(s) parceiro(s)/a(s)?

– Oráculos: uma consulta oracular poderá também auxiliar a analisar as suas dúvidas e as possibilidades envolvendo suas questões, providenciando insights por meio de consultas de Tarot, Runas, Búzios e outras formas de consulta.
– Astrologia: sabia que existem muitos aspectos no mapa astral de uma pessoa que podem indicar a predisposição à não-monogamia (incluindo à não-monogamia ética), assim como apontar os desafios que possam ser enfrentados? Um bom Astrólogo com certeza poderá ajudar a explorar esta questão.
Liberdade e respeito andam lado a lado
Vale lembrar mais uma vez que toda forma de amor deve ser livre, seja ela monogâmica ou não. Respeitar os próprios limites é essencial para todas as partes envolvidas. Assim como não existem duas pessoas iguais, não existem dois relacionamentos iguais, e somente as pessoas envolvidas têm o direito de, se assim quiserem, definir a relação.
Caso decida(m) explorar uma ou mais formas de amor livre, recomendo estabelecer, para si e para os outros, as suas próprias regras, práticas, limites e desejos. E viva a Liberdade, pois consideramos justa toda forma de amor.

Sou a Samira Rhein, redatora do Astrocentro. Sou apaixonada pelo universo místico e pela força transformadora das palavras. Há mais de 10 anos, venho explorando a comunicação de forma sensível e acolhedora, tornando a espiritualidade mais próxima e acessível para quem busca respostas. Gosto de escrever com profundidade, sempre com o desejo de iluminar caminhos e abrir portas para o autoconhecimento. Afinal, acredito que cada frase pode despertar a magia que existe dentro de cada um de nós.