A Sexta-feira Santa é uma data muito importante para os católicos, na qual os fiéis relembram todos os passos que Jesus Cristo deu durante o seu calvário.
Mas como será que é a Sexta-feira Santa no Candomblé? Será que eles acreditam no Senhor Morto? Será que eles fazem jejum e deixam de comer carne vermelha?
Neste artigo, vamos mostrar um pouco das crenças e rituais dessa religião.
A Sexta-feira já é um dia especial para o Candomblé, pois é consagrada à Oxalá, Orixá ligado diretamente à criação do mundo e intitulado pai de todas as divindades.
A Sexta-feira Santa é ainda mais especial para o Povo de Santo, que guarda fielmente os preceitos que envolvem este dia, mesmo com a consciência que em verdade o sincretismo católico foi uma estratégia de resistência, nos legou uma herança cultural e histórica. Isso porque o Candomblé adota uma postura pacífica e de respeito a todas religiões, crenças e doutrinas.
Mas, de modo geral, a Sexta-feira Santa como nós a conhecemos é uma data Cristã que lembra o sofrimento de Jesus Cristo. Para o Candomblé, este dia continua sendo consagrado a Oxalá.
Na sexta-feira, às 6h da manhã, os frequentadores do Candomblé realizam o jejum e compartilham o seu obi e a sua lissá agradecendo pela volta dos Orixás guerreiros que lutam pelo bem.
O obi é um fruto indispensável em rituais do candomblé, também conhecido como Noz-de-cola, seu nome científico é Cola acuminata. Usado principalmente no ritual de Ori, Ebori e feitura de santo.
Já o Lissá ou Segbo-Lisa no Benim, ao lado de Mawu, é o vodun da Criação, pai e ancestral de todos os demais voduns.
Eles colocam uma bela mesa ao senhor da paz e do branco, pagam o que chamam de Kurran (uma reza) e louvam a esse grandioso pai. Para os candomblecistas, toda sexta-feira é santa.
Em algumas “roças de santo” são praticados alguns hábitos católicos. Eles chegam ao Ilê Axé (terreiro de Candomblé) na quinta à noite, acordam na sexta-feira em jejum, rezam, pedem à benção, comem peixe e canjica.
Na Sexta-feira Santa no Candomblé, às 18 horas, todos rezam em yorubá e agradecem humildemente por estarem vivos. É um sincretismo fascinante e de muita fé.
Cada casa tem o seu ritual. Em algumas famílias, eles não comem carne vermelha em nenhuma sexta-feira do ano, já que para eles todas as sextas-feiras são santas.
Nos Candomblés de origem Banto, na sexta-feira santa é feito o ritual da “Kura” (fechamento de corpo).
Este ritual era praticado pelos Ndembu de Luanda pelo nome de “Nkula”, para purificá-los. Ele tem origem nas mais antigas práticas bantos de calundus (formações religiosas anteriores à formação do candomblé modelado pelo Ketu na Bahia).
No Brasil, as Kuras são incisões feitas nos iniciados com o objetivo de proteger-lhes contra doenças, roubos e todos os tipos de negatividades, daí ser chamada de “fechamento de corpo”.
Algumas tradições Jeje Mahi, formações de candomblés Nagô Vodum, e Jeje Nagô principalmente, absorveram, em sua formação, do elemento banto presente no Recôncavo Baiano, tal tradição, umas casas como as de Candomblé de Angola realizam na Sexta Feira da Paixão.
Outras tradições segmentadas e formações não propriamente no dia santificado dos católicos, mas em etapa anterior ao sacrifício do bicho de 4 patas do rito de iniciação.
O segredo do Fechamento de Corpo no Ritual da Cura está no que lhe é passado depois da marcação do sinal da cruz e o que é rezado naquele momento, diferindo os ingredientes passados e ingeridos e as rezas de acordo com o Candomblé.
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