Procurando conhecer tudo sobre a história do Candomblé? Essa é uma das vertentes religiosas de origem africana mais praticadas no Brasil. Sua história remonta ao período de escravidão, com os escravos trazidos da África e compreender as raízes e características do Candomblé é fundamental para formar uma opinião mais acertada a respeito do assunto. Por isso, preparamos aqui um guia completo.
A história do Candomblé
Conhecer tudo sobre a história do Candomblé significa mergulhar na sombra história do país na época da escravidão. Assim como as músicas do Negro Spiritual aparecerem com a escravidão nos Estados-Unidos, o Candomblé nasceu da opressão de seres humanos.
Uma pesquisa recente indica que aproximadamente três milhões de brasileiros declararam o Candomblé como sua religião. Então quais são as características e a história do Candomblé?
Conheça agora a origem do Candomblé
No Brasil, o Candomblé é conhecido por ser uma religião afro-brasileira. Ou seja, com origens na África, mas adaptada para o contexto nacional. O momento da vinda dessa religião para cá é de conhecimento público: com o tráfico negreiro, milhares de escravos foram trazidos para o Brasil, para trabalhar nas lavouras e atender aos desejos dos senhores de escravos.
A história do Candomblé começa, como é possível perceber, com a violência e opressão de um povo, obrigado a abandonar sua terra natal e trabalhar de força forçada, sem nenhum direito. Mesmo com as péssimas condições de vida, os negros continuaram a praticar, de forma secreta, suas crenças, uma vez que existia forte repressão por parte dos brancos colonizadores.
A origem precisa do Candomblé, no território africano, é objeto de debate. Especula-se que tenha surgido na cidade de fé e posteriormente trazido pelo Brasil pelos negros iorubas. Desde o começo da história do Candomblé, a crença em orixás se mostrou presente. Ao todo, existem um total de 72 denominações distintas para esses deuses.
No Brasil, o culto se limita a 16 orixás: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan. Cada um deles é tratado como um deus específico, mostrando a pluralidade e complexidade dessa crença. Diferente das religiões cristãs, que são monoteístas, no Candomblé prevalece a crença em múltiplos deuses.
Aprenda as características do Candomblé
A história do Candomblé nos revela os vários aspectos acerca dessa religião, incluindo suas principais características. Diferente de religiões como o cristianismo, onde a autoridade está concentrada nas mãos do padre, bispo e outros, de acordo com a hierarquia, no Candomblé a autoridade máxima é o pai ou a mãe de santo. São escolhidos de forma especial pelos próprios Orixás;
É comum se dizer que as pessoas não escolhem o Candomblé, mas são escolhidas, uma vez que os Orixás exercem influência sobre elas, levando-as para esse caminho. Isso ocorre principalmente com o pai ou mãe de santo, que são selecionados pelos Orixás para representá-los na terra e comandar os rituais.
O pai de santo é, normalmente, o proprietário da roça, local onde se realizam as cerimônias e manifestações de religiosidade. É nesse lugar que os Orixás são cultuados pelos membros da religião. Desde o começo da história do Candomblé, algumas definições, como a de barracão, foram dadas em homenagem aos negros. É no barracão que são realizadas as oferendas aos deuses.
Para entender bem a história do Candomblé, é preciso levar em conta a hierarquia existente entre as autoridades. Além do pai e da mãe de santo, existem a figura do pai pequeno ou a mãe pequena, que representam o braço direito da autoridade central. Geralmente são os próprios filhos das autoridades do Candomblé, pela proximidade.
A incorporação no Candomblé
Todos que procuram informações sobre a história do Candomblé se deparam com o tópico relativo à incorporação. Não se trata de nenhum bicho de sete cabeças. Durante os rituais praticados, é possível que um Orixá incorpore em determinada pessoas. Pode ser que exista a incorporação completa ou só o toque, chamado de “raspar o santo”.
Preconceitos envolvendo o Candomblé
Muitos criticam a religião Candomblé por acreditar que seja uma religião que venera entidades ruins. Essa preconcepção está muito longe da verdade e não se confirma com base na história do Candomblé. O Candomblé é uma vertente religiosa rica, dotada de várias características merecedoras de atenção.
Outro grande equívoco cometido pelo senso comum é acreditar que os praticantes do Candomblé atuam no sentido de causar danos. Todas as crenças existentes nessa religião são em favor da vida, da paz e da prosperidade. Os Orixás ajudam essas pessoas a alcançar seus objetivos de vida, guiando e orientando suas jornadas pela terra.
Trata-se de uma religião tão rica quanto outras praticadas no Brasil, devendo ser respeitada por todos, mesmo os que não praticam. A religião é rica em cultura, por estar associada a um período de muita luta, opressão e violação de direitos humanos básicos. Dar espaço para que o Candomblé seja praticado pelas pessoas é um ato de respeito para com a tradição negra.
Conhecer a história do Candomblé é fundamental para romper paradigmas e olhar para essa religião com outros olhos. O mundo moderno é plural e aberto às diferenças. Todas as religiões podem conviver e coexistir sem problema algum. É dever de todos manter o respeito e consideração, sem oprimir ou silenciar as minorias.
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