Vida e Obra de Santa Paulina – Como viveu a primeira santa brasileira?

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Você sabe quem foi Santa Paulina? Ela é a primeira santa brasileira, também conhecida como Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Ela viveu 76 anos, de 16 de dezembro de 1865 à 9 de julho de 1942. Sua canonização aconteceu no dia 19 de maio de 2002.

Registrada com o nome de Amabile Lucia Visintainer, Santa Paulina nasceu em Vígolo Vattaro, na província de Trento, na Itália, em uma família muito pobre e católica.

Quando ela tinha 9 anos, em setembro de 1875, ela veio para o Brasil com a família e alguns vizinhos. Eles se instalaram no estado de Santa Catarina, onde fundaram a cidade de Vígolo, que atualmente faz parte da comunidade de Nova Trento. Conheça a história de Santa Paulina.

História de Santa Paulina

Amabile Lucia Visintainer, a Santa Paulina, era conhecida por sua piedade e caridade, mesmo ainda jovem. Desde muito cedo já dizia que doaria a sua vida para a obra de Deus. Ela tinha muito pouca educação intelectual, mas um grande amor pela fé católica e pelos sofredores e pobres.

Ao mudar para o Brasil com sua família em busca de uma vida melhor, muita coisa mudou para Amabile, mas a fé católica permaneceu no centro de sua vida.

Depois de receber sua Primeira Comunhão, por volta dos 12 anos, Amabile começou a participar da vida paroquial. Ela dava catecismo para as crianças, fazia visitas aos doentes e participava da limpeza da capela de Vígolo.

Em 1887, ela ficou órfã de mãe e cuidou da família até seu pai casar novamente.

Fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição

Em 1890, Amabile e uma amiga se mudaram para uma pequena cabana para cuidar de uma mulher que foi diagnosticada com câncer terminal e não tinha família.

Sua preocupação amorosa com a mulher foi o início da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, a ordem religiosa que Amabile fundou.

Em 12 de julho de 1890, o bispo de Curitiba, D. José de Camargo Barros, deu sua aprovação para o trabalho de Amabile e para a Congregação. Essa data é considerada como o dia da fundação da obra de Santa Madre Paulina.

Foi nessa época que Amabile e sua amiga fizeram votos dedicando suas vidas a serem sinais do amor de Jesus pelos outros. Amabile, então, tomou o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus.

A Congregação cresceu à medida que mais mulheres se sentiam chamadas a participar do trabalho de assistência e da vida de oração das Irmãs. Em 1903, Paulina foi eleita Superiora Geral da ordem “por toda a vida”. As freiras a chamavam de mãe Paulina.

Santuário de Santa Paulina, em Nova Trento, Santa Catarina

Mudança de Santa Paulina para São Paulo

Irmã Paulina se mudou para Ipiranga, em São Paulo, e sob sua liderança mais conventos foram fundados. No convento de São Paulo, as freiras cuidavam de órfãos e idosos, especialmente ex-escravos que haviam sido abandonados nas favelas porque não podiam mais trabalhar. O fim da escravidão havia ocorrido poucos anos antes, em 1888.

Em 1909, Madre Paulina foi injustamente removida de sua posição de Superiora Geral pelo Reverendíssimo Duarte Leopoldo e Silva, Arcebispo de São Paulo.

A humildade levou mãe Paulina a negar-se para que a Congregação continuasse sua atividade. Essa é a página onde é gritante a santidade e a humildade de Madre Paulina.

Quando o Arcebispo Duarte anunciou sua remoção como Superiora Geral, ela se jogou de joelhos no chão. Madre Paulina se humilhou e respondeu que estava pronta para entregar a Congregação. Ela se ofereceu espontaneamente para servir a Congregação como subalterna.

Em seguida, ela foi enviada para trabalhar com os doentes na Santa Casa e no Hospício de São Vicente de Paulo, em Bragança Paulista, sem poder assumir um papel ativo em sua própria Congregação.

Foram anos marcados pela oração, pelo trabalho e pelo sofrimento, os quais ela aceitou e suportou para que a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição continuasse sua jornada.

O retorno de Santa Paulina à Casa Mãe do Ipiranga

Em 1918, com a permissão do Arcebispo Duarte, foi chamada pela nova Superiora Geral, Mãe Vicência Teodora, à Casa Mãe do Ipiranga, onde permaneceria até sua morte. Lá ela viveu uma vida oculta, entrelaçada com oração e assistência amorosa às Irmãs enfermas.

O arcebispo havia decretado que ela deveria viver e morrer como uma subalterna. Na verdade, ela viveu nas sombras, em união com Deus. Ela declarou ao seu diretor espiritual, padre Luigi Maria Rossi: “A presença de Deus é tão íntima para mim que me parece impossível perdê-la; e tal presença dá à minha alma uma alegria que não posso descrever.”

Ela foi reconhecida como a “Venerável Madre Fundadora” quando, em 19 de maio de 1933, o “Decreto de Louvor” foi concedido pela Santa Sé à Congregação das Pequenas Irmãs.

O trabalho da congregação que Santa Madre Paulina começou continua até hoje, na América do Sul, África e Europa.

Durante a celebração do 50º aniversário de sua fundação, em 12 Julho de 1940, a Madre Paulina escreveu seu Testamento Espiritual:

“Sê humilde. Confie sempre e muito na Providência divina; Nunca, jamais, vocês devem se deixar desanimar, apesar dos ventos contrários. Repito: confie em Deus e Maria Imaculada; seja fiel e siga em frente!”

O início do fim

A saúde de madre Paulina começou um declínio longo e lento em 1938, quando ela travou uma batalha perdida contra o diabetes: seu braço direito foi amputado. Ela passou os últimos meses de sua vida totalmente cega. Em 9 de julho de 1942, ela morreu em Ipiranga, São Paulo. Suas últimas palavras foram: “Que a vontade de Deus seja feita”.

Em sua homenagem foi erguido o Santuário de Santa Paulina, em Vígolo, em Nova Trento, Santa Catarina. Conheça o Santuário no vídeo abaixo da Rede Santa Paulina.

Toda a vida da Madre Paulina pode ser resumida pelo título dado a ela pelo povo de Vígolo, em Nova Trento: “enfermeira”, que é “ser para os outros”. Ou a que hoje lhe foi dada por aqueles devotados a ela e pelas Irmãzinhas: “tudo por Deus e por seus irmãos”.

O carisma que a Madre Paulina deixou para a sua Congregação consiste na sensibilidade de ouvir o grito da realidade com as suas necessidades e na vontade de servir na Igreja, os mais necessitados e os que vivem em situações de grande injustiça, com espírito da pobreza, humildade e vida interior.

É um serviço que se alimenta de uma espiritualidade eucarística-mariana. É por causa dessa espiritualidade que toda pequena Irmã faz de Jesus, presente na Eucaristia, o centro de sua própria vida. Ela é alimentada pela terna devoção à Imaculada Virgem e ao bom Padre São José.

O caminho até a canonização

A primeira santa do Brasil foi beatificada pelo papa João Paulo II, em 18 de outubro de 1991, em Florianópolis, capital de Santa Catarina. Já a sua canonização ocorreu quase 11 anos depois, em 19 de maio de 2002.

O dia de Santa Madre Paulina é comemorado em 9 de julho, data do seu falecimento. Ela é invocada por diabéticos e pessoas que sofrem de câncer.

Conheça a oração à Santa Paulina!

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